Imortais (Immortals) EUA, 11. Direção de Tarsem (Singh). Com Henry Cavill, John Hurt, Luke Evans, Frieda Pinto, Mickey Rourke, Stephen Dorff, Joseph Morgan, Kellan Lutz. 110 min.
À primeira vista este parece uma espécie de continuação de Fúria de Titãs,já que tem a mesma pegada mitológica e também um visual construído inteiramente em cima de efeitos digitais. Mas tem uma diferença fundamental: é mais estilizado, porque foi realizado por um diretor indiano até agora pouco conhecido, mas que tem uma olhar muito especial, muito pessoal, ainda que discutível.
Vamos falar um pouco dele: Tarsem ou Tarsem Singh (1961).
Nascido na Índia, mudou-se para os Estados Unidos para estudar Administração em Harvard e logo depois resolveu cursar o Art Center College of Design da Pasadena, onde desenvolveu um estilo visual característico. Começou então a trabalhar em comerciais de televisão de marcas famosas como a Nike e Coca-Cola e videoclipes musicais com destaque para Losing My Religion, do R.E.M., vencedor de diversos prêmios incluindo seis MTV Music Awards em 1991.
Sua estreia no cinema aconteceu em 2000 com o thriller A Cela, famoso justamente por seu estilo visual incomum e estrelado por Jennifer Lopez como uma psicoterapeuta que entra na mente de um assassino serial para descobrir o local do cativeiro de sua última vítima. Não cumpriu sua promessa e largou a direção de Constantine (05) e Nautice (08).
Dublê de Anjo foi apresentado por David Fincher e Spike Jonze e tem imagens belíssimas. Este aqui se chamava originalmente A Guerra dos Deuses e depois dele já está para estrear em março ou coisa que o valha, sua visão de conto infantil, A Branca de Neve, com Julia Roberts de madrasta bruxa. Eu aconselho vocês a procurarem seus filmes anteriores e darem uma conferida. O sujeito é um artista um pouco barroco demais, definitivamente oriental (seu imaginário não nega sua origem).
Filmografia (direção)
2000 – A Cela (The Cell. Jennifer Lopez, Vince Vaughn).
2006 – Dublê de Anjo (The Fall. Lee Pace, Catinca Untaru).
2011- Imortais (Immortals. Henry Cavill, Mickey Rourke).
2012- Mirror, Mirror (Lilly Collins, Julia Roberts).
Justamente esse visual que é sua maior qualidade também é o maior problema do longa. Tão estilizado que fica muito difícil não apenas decifrar a história como acompanhá-la. Não deu nem mesmo para ter certeza se o ator inglês Henry Cavill, que foi escolhido para fazer o herói Teseu, tem mesmo o carisma que o qualificou para ser o novo Superman, no filme ainda em fase de planejamento e preparação. De qualquer forma, é um homem bonito, com queixo quadrado (e furado no meio), corpo bombado e voz conveniente. Mas tanta coisa acontece em torno dele que francamente não chega a imprimir.
Basicamente a história que dá para seguir é sobre o mortal Teseus que é escolhido por Zeus (só que ele não acredita em deuses do Olimpo) para liderar a luta contra o rei Hyperion (Rourke, desta vez mais discreto) que está destruindo a Grécia e usando os semideuses Titãs para destruir a humanidade.
Contando com um pequeno grupo de amigos (Stephen Dorff faz o amigo meio rival Stavros) ele consegue resgatar a vidente (pitonisa) chamada Fedra, que tem visões que prometem sucesso nessa campanha. Os dois também se tornam amantes, o que eventualmente deixaria a porta aberta para uma continuação.
Por mais que eu torcesse pelo diretor Tarsem e quisesse gostar do filme, esbarrei no excesso de efeitos e na trama e ação que é ao mesmo excessivamente genérica e básica. Mas ao mesmo tempo confusa e incompreensível. Fui procurar a crítica do New York Times, onde eles foram muito mais violentos chamando o filme de “stupid”, evocando as musas para criticar os diálogos empolados, a imitação de 300, o mau gosto de o filme sair justamente quando a Grécia atual está à beira do caos econômico, a conversão posterior para 3D (não foi rodada no sistema) e por fim dizendo que o filme é feio, difícil de enxergar, cheio de fetichismos e roupas de lamé dourado.
E chama atenção para a violência de adolescente, o sadismo de sexual (tem uma frase que diz "a semente de um homem pode ser sua arma mais brutal", dita pelo Hyperion) no combo de fantasia infantilóide com desejo adulto.
Termina zombando do diretor visionário! Que fascina e repugna! Depois vocês me acham um crítico rigoroso demais!!!
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